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Mau hálito: o que fazer para combater?

Língua para fora, respiração ofegante, rabo abanando. Quando você se dá conta, já ganhou uma lambida daquelas no rosto. Vai dizer que não é uma delícia? A única coisa capaz de estragar esta brincadeira é o mau hálito. E olha que este “bafinho” é mais comum do que a gente imagina e dá sinais de que a boca de seu cão ou gato precisa de atenção.

Em 90% dos casos, o problema se deve à falta de higiene, o que leva ao surgimento da placa bacteriana e tártaro nos dentes. Segundo o médico veterinário Roberto Fecchio, especialista em odontologia, “apenas animais com algum problema bucal vão apresentar o mau hálito”. Para evitar danos maiores, o aconselhável é que os pets tenham seus dentes escovados todos os dias. “A placa bacteriana aparece em decorrência de organismos que se unem à saliva e restos de alimento, grudando nos dentes. Essas bactérias fermentam e soltam gases responsáveis pelo mau hálito. Para evitá-las, a escovação é importante desde filhote.”

O especialista recomenda também o uso de produtos específicos para a limpeza dos dentes, como biscoitos, rações, brinquedos ou mesmo medicamentos para esta finalidade e que podem ser colocados na água do animal. Além de prevenir o mau hálito, escovar os dentes do pet também afasta a doença periodontal, uma infecção grave que, apesar de não ter cura, pode ser controlada com antibióticos. O problema facilita a entrada de bactérias na corrente sanguínea, que, por sua vez, chegam ao coração do animal, rins, fígado, entre outros órgãos. A perda progressiva dos dentes é outra consequência.

Esse foi o caso de Tulinha, o gato de Ricardo Acerbi. Aos 7 anos, a gengiva avermelhada sempre foi marca registrada do bichano. Com o passar do tempo, a inflamação atingiu a raiz de um dos dentinhos e aí a extração foi inevitável. “Nunca escovamos muito os dentes dele. Só resolvemos comprar escova e pasta quando o dente já parecia meio mole. Era tarde demais, ele precisou ter o dente arrancado”, conta o publicitário. Hoje, o banguela tem os dentes escovados com frequência e ingere um medicamento misturado à sua água, o que impede o acúmulo de tártaro.

Escovando os dentes

Segundo Fecchio, acostumar os filhotes desde cedo à escovação é a melhor dica tanto para cães quanto para gatos. Basta colocar um pouco de pasta no dedo e esfregar cuidadosamente. Nem pense em utilizar produtos de higiene para humanos. O material é tóxico e pode causar intoxicações.Utilize escovas e pastas próprias para o uso veterinário. Existem no mercado pastas com sabores de carne ou frango, que facilitam a aceitação pelos animais. Outra recomendação é tentar transformar a hora de escovar os dentes em um momento de diversão. Como? Evite movimentos bruscos, broncas ou qualquer gesto de agressividade. “Uma boa ideia é fazer bastante carinho no animal, conversar com ele, fazer um passeio ou dar um agrado após a escovação”, orienta o profissional.

Sorriso branco

Quando a escovação não é frequente e o animal tem tendência ao tártaro, é necessário extraí-lo no consultório. Neste caso, realiza-se uma cirurgia odontológica com anestesia geral. Com a raspagem e polimento dos dentes, é feita uma limpeza completa.

Prevenir sempre

Fecchio alerta ainda que levar os bichinhos anualmente a um especialista em odontologia faz toda a diferença. Exames simples já detectam diferenças na coloração e no aspecto dos dentes e da gengiva. “Quando os pets forem levados ao clínico geral também é recomendável que o dono peça ao veterinário para analisar a boca do animal”, finaliza o especialista.

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