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Segurança transmitida pelos donos ajuda a combater traumas com barulhos

Pânico é a reação de muitos cães ao ouvir barulhos muito altos. Este sentimento de ansiedade e fragilidade diante de alguns sons é expressado por estes animais com atitudes como um xixi inesperado, tremedeiras e até fugas.

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A causa para as reações desesperadas destes animais deve-se ao fato de que, na natureza, barulhos altos demonstram indícios de situações perigosas em grande escala que os ancestrais da espécie tinham de buscar escapar ou resistir, como a queda de árvores, os deslizamentos de terra e os raios, por exemplo.

É um grande engano pensar que o coração batendo rápido é a única consequência do susto dos animais com barulhos. Existe sim uma sensibilidade auditiva e o incômodo nos ouvidos, o medo do cão pode não passar após o evento sonoro, sendo, portanto, relativo à associação a um contexto de perigo.

Danos psicológicos

O cachorro que tenha sido submetido a muitas situações desagradáveis auditivamente – propositalmente ou não, pode desenvolver danos psicológicos, apresentando alterações de comportamento.

É comum que os animais traumatizados tenham reações exageradas diante de ruídos inofensivos ou distantes e sofram ansiedade com alterações no ambiente que sejam associáveis aos barulhos altos, como as mudanças climáticas que precedem um clima chuvoso com raios ou a decoração da casa em dia de futebol com seus possíveis rojões.

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A importância de transmitir confiança

Para desvincular os barulhos altos de seu instinto de preservação da espécie e consequente medo, o dono do cão traumatizado deve transmitir confiança, com os seguintes passos:

  • Evite demonstrar susto ao ouvir o barulho que seu cão tem medo;
  • Não se agache para proteger o animal quando o som acontecer –abaixar-se pode demonstrar ao seu cão que você também está suscetível ao possível perigo iminente;
  • Ofereça boas sensações quando ouvirem o barulho e o cão não fugir e nem se esconder, brincando com o animal ou oferecendo petiscos;
  • Não impeça que o animal se esconda, nem brigue quando ele o fizer;
  • Ofereça um espaço à prova de sons, onde o animal possa se abrigar em caso de estrondos e acostume seu companheiro a utilizá-lo para se proteger e se divertir nas situações de medo;
  • Tente acostumar seu cachorro a ouvir música alta para que você possa camuflar o estrondo que o aterroriza com outros sons que ele aceita e está familiarizado.

Caso o cão não apresente uma melhora significativa diante do tratamento de adequação comportamental, o dono deve levá-lo ao veterinário para avaliar a necessidade do uso de remédios tranquilizantes.

O uso destes remédios deve ser restrito, sua primeira dose deve ser testada em um momento diferente dos eventos que assustam o animal e o animal medicado deve ficar confinado em um local seguro para evitar que se machuque com o a fata de equilíbrio que estes remédios costumam provocar.

Tratar e curar os danos psicológicos causados pela exposição excessiva dos cães a ruídos altos não é um processo simples. O problema pode ser reduzido e até solucionado se o dono souber ser paciente e ter respeito aos sentimentos e ao processo evolutivo para cura do animal.

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