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Castigos não educam nem disciplinam cães

Muitos donos de cães reclamam que tentam estabelecer limites para os maus comportamentos de seu animal, mas não conseguem fazer estas iniciativas surtirem efeito. Geralmente nesses casos os cães estão tendo uma interpretação errada das punições aplicadas sobre eles, pois estas não são adequadas.

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Isolamento não é educativo

Como cães são extremamente sociais e não gostam de ficar sozinhos, muitas pessoas aplicam o isolamento do animal como um castigo, porém, apesar de o animal entender que este momento sem interação é uma reprovação, ele não saberá identificar o porquê da censura e o que mudar em seu comportamento.

Assim sendo, para animal o isolamento passará a ser interpretado como uma maldade do dono. Animais que ganham a solidão como punição, podem desenvolver traumas psicológicos, passando a encarar qualquer ausência do dono com estresse, sofrendo de ansiedade de separação, comportamentos compulsivos ou hábitos de automutilar-se.

Estimular o cão a ser dependente da constante presença e interação com o dono não é positivo nem para o animal, nem para o humano, pois ambos precisam sentir-se livres para fazer atividades individualmente.

Outra falha no castigo de isolar o cão é o fato de que muitos animais, antes de terem este castigo aplicado conseguem se divertir com o dono dando-lhe atenção tentando pegá-lo e falando com ele. Mesmo com o posterior desagrado da incomunicação, o animal entende esta disposição que o dono dedicou a ele por alguns instantes na aplicação do castigo como uma recompensa.

Disciplina sem castigo

A maneira ideal de educar cachorros é nunca aplicar disciplina com algo que maltrate o animal, mantendo uma comunicação por meio de ações objetivas, que promovam associações lógicas simples capazes de direcionar o cão para a repetição e hábito dos bons comportamentos.

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O estabelecimento de delimitações sobre o que são atitudes certas e erradas deve ser feita com os chamados reforços positivos, ou seja, com reiteração de repreensões e recompensas, conforme o que se deseja estimular ou reprimir no comportamento do animal.

As repreensões devem ser impedimentos na realização de atos negativos – como um puxão na guia; sustos não-traumatizantes – como barulhos que espantem e desviem a concentração do animal em prática o mau comportamento; ou desconfortos físicos que não machuquem o cão – como borrifadas de água no focinho.

Já as recompensas devem ser claros agrados ao animal quando este se comportar da maneira que se gostaria que fosse seu padrão. Dar carinhos, atenção, brincar junto, oferecer benefícios como petiscos saborosos e brinquedos que os agradem são alguns exemplos.

É essencial lembrar que como o animal só consegue vincular erros e acertos por meio de lógicas simples, as advertências e as compensações sempre devem ser imediatamente após o comportamento inadequado ou adequado. É importante estar sempre munido das ferramentas escolhidas como auxiliares de educação, pois segundos fazem toda diferença.

Para quem quer obter resultados educativos mais rápidos, é interessante dedicar um tempo para fazer atividades junto com o animal que o induzam a acertos e erros e aplicar as medidas disciplinadoras conforme cada caso. Contratar um adestrador pode ser também uma boa solução, o importante é manter o empenho e a proximidade com o cão para que ele confie em seu dono como líder e melhore sempre sua sociabilidade.

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