Artigos

O pet ideal para presentear a criançada

10_o_pet_ideal_02Os cães ainda reinam soberanos como o melhor amigo das crianças
Crédito: Andrew Stawarz

Rhayana, 5 anos, é apaixonada por animais. A pequena vem pedindo à mãe um bicho de estimação há tempos, e com a chegada do dia das crianças, Tayna de Oliveira acabou cedendo aos apelos da filha. Em breve, Rhayana ganhará um gatinho, filhote que será doado por uma colega de trabalho da auxiliar administrativa.

Histórias como a da menina tendem a se repetir em diversas casas de família, principalmente nessa época do ano. Para agradar seus filhos, os pais acabam comprando animais de estimação, que por vezes, acabam sendo desprezados pouco tempo depois pela criança. Para evitar que casos como este aconteçam, Pedro Henrique Cardoso, médico veterinário, ressalta a importância do diálogo entre pai e filho antes da aquisição do animal. “A criança deve entender que o pet vai ser mais um membro da família, e isso deve ser tratado com extremo cuidado. Ela deve entender que está lidando com uma vida, e não com um objeto inanimado”.

O profissional explica que principalmente no caso de crianças que jamais tiveram um bicho antes, o ideal seria começar com animais que exigem menos cuidados, como o peixe Beta, por exemplo. “Antes de ter um bichinho é necessário ter planejamento, estudar a respeito dele, seu comportamento, alimentação, espaço adequado, despesas, entre outros”.

Priscila Felberg, especialista em comportamento animal da Organização Cão Cidadão, faz coro ao colega e destaca também que outro erro muito comum ao se adquirir um animal, é tratá-lo como bebê. “Transformá-los em ‘crianças’ pode levar a sérios problemas comportamentais, distúrbios que poderiam ser evitados com a informação correta e com os cuidados específicos”.

Os cuidados para o sucesso e bom relacionamento entre pets e crianças que a especialista se refere são básicos, entre eles, evitar que os pequenos sejam responsabilizados pelo trato ou manuseio do animal. Priscila ressalta também que mesmo que o pet seja dócil, não é recomendado deixá-lo sozinho com crianças pequenas. “Elas devem participar da rotina de cuidados do animal e aprender com os mais velhos, de forma lúdica, o sentido de cuidar de outro ser vivo dependente”.

A escolha adequada

Após estudar cuidadosamente as necessidades do animal e ter uma conversa franca com a criança, é hora de escolher um bichinho mais adequado ao estilo de vida da família. Morar em casa ou apartamento, além do próprio comportamento dos filhos, são quesitos importantes na hora da escolha, como orienta Pedro Henrique. “Para crianças ativas, raças como Bulldog francês, Labrador, Golden Retriever e Poodle são boas opções. Já não aconselharia gatos, pois em geral eles são mais tranquilos e não gostam de brincadeiras a toda hora”. Priscila acrescenta à lista cães das raças Cocker Spaniel, Jack Russel Terrier, além do famoso SRD (sem raça definida), que pode tranquilamente atender as necessidades e expectativas dos donos, e está disponível praticamente de graça, em várias ONGs.

A especialista, no entanto, pondera que apesar de certas raças serem famosas por seu comportamento dócil e brincalhão, não significa que todos os animais nasçam com as mesmas características. “O cão antes de ter raça é um ‘indivíduo’. Partindo dessa ideia existe a possibilidade de um Labrador ser mais bravo que um Pit bull, por exemplo”.

Quanto aos animais adequados para lugares reduzidos, a adestradora sugere as raças Buldogue inglês, Buldogue francês, Pinscher, Dachshund, Beagle, Schnauzer, Poodle, Yorkshire, entre outros. Ela ressalta ainda que raças de maior porte também podem ser criadas em apartamentos, desde que sejam feitos passeios e atividades físicas diariamente.

Quanto a animais menos convencionais como lagartos, iguanas e furões, os profissionais chamam a atenção para os cuidados específicos, além de ficar de olho para não comprar um pet ilegal. Para eles, os silvestres não são indicados para crianças ou mesmo para pessoas inexperientes. “Animais exóticos requerem cuidados especiais e para ter um desses, é preciso ter tido um outro pet antes para adquirir experiência e maturidade”, orienta o veterinário.

Para finalizar, quando o assunto é a escolha do melhor pet para fazer parte da família, Priscila tem a resposta fácil, na ponta da língua: “o melhor animal para se ter é um animal bem tratado, educado e feliz”.

Artigo AnteriorPróximo Artigo