Não, esses pequenos roedores não são porcos, mas roedores, e nem nativos da Índia. Não é claro de onde esses animais receberam esse nome. Para alguns pesquisadores, a aparência do animal lembra a dos porcos, devido a cabeça grande, desproporcional em relação ao corpo. Quanto à origem indiana, faz parte de uma confusão da época do descobrimento, quando as Américas eram conhecidas como Índias Ocidentais.
São animais muito inteligentes, que podem ser treinados para cruzar caminhos complexos até fontes de comida. Sociáveis, gostam muito de dormir juntos, morder os pelos uns dos outros ou andar em pequenos grupos. Eles são bons companheiros para crianças, pois possuem um temperamento muito dócil. Por serem maiores e menos ágeis que outros roedores, também fica mais fácil para o dono reencontrá-los caso fujam.
Ficha Técnica
Nome científico Cavia porcellus
Origem: Peru, Equador e Chile
Porte: pequeno
Pelagem: pelo denso
Cores: cinza, bege, branco e preto
Temperamento: sociável, ativo, curioso
Histórico
Muitas pessoas apenas conhecem o Porquinho da Índia como o simpático bicho de estimação e desconhecem que ele é, na verdade, criado há pelo menos sete mil anos por populações indígenas dos Andes. Ainda hoje é um importante alimento das populações andinas do Peru, Bolívia e de algumas regiões do Equador e da Colômbia. Só no Peru, são consumidos cerca de 65 milhões de Porquinhos da Índia anualmente.
Após as conquistas espanholas, o cruzamento seletivo criou diversas subespécies de Porquinhos da Índia domésticos. Os animais foram levados para a Europa por comerciantes espanhóis, holandeses e ingleses e se tornaram populares como animais de estimação exóticos entre as classes altas e a realeza, incluindo a rainha Elizabeth I, da Inglaterra.
Cuidados e Dicas
A higiene é muito importante para a gaiola desses animais tipicamente bagunceiros. Não é raro vê-los saltando dentro de seu prato de comida ou chutando fezes em sua água e quando a sua urina seca ela cristaliza, tornando muito difícil a sua remoção. Depois que a gaiola é limpa, é comum ver o animal urinando ou arrastando o seu corpo pela jaula para demarcar o seu território.
Dividir o espaço com outros animais também é arriscado. Roedores como, hamsters ou Gerbos, podem aumentar a incidência de doenças respiratórias ou agir de forma agressiva contra os Porquinhos da Índia. Animais maiores como cães e gatos podem ser treinados a aceitá-los ao serem expostos gradualmente ao roedor. Mas essa aceitação depende de uma boa dose de sorte.
Quanto à alimentação, é importante incluir um pouco de feno na dieta do animal pois eles precisam de celulose. Os Porquinhos da Índia também não têm a capacidade de sintetizar vitamina C, portanto devem receber diariamente vegetais frescos e frutas. A ração seca encontrada nas lojas de animais ou supermercados não deve representar mais de 20% da ração diária do bicho.
Curiosidades
Apesar de serem muito pequenos em comparação com outros animais de corte como porcos e gado, os Porquinhos da Índia se reproduzem muito rapidamente, o que possibilita que as famílias andinas complementem a sua dieta com os animais. Sua carne é rica em proteína, possui pouca gordura e colesterol e possui um sabor similar ao do coelho.
O animal está tão enraizado na cultura local que uma famosa pintura na principal catedral de Cusco representa a última ceia com Jesus Cristo e os doze apóstolos jantando um Porquinho da Índia. Eles fazem parte de diversas cerimônias sociais e religiosas, são trocados como presentes e até usados na medicina local.