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Os “Hachikos” da vida real

Miucha e Colin são os novos integrantes da família de Raissa Galli
Crédito: Raissa Galli

Hachiko é um cão da raça Akita, muito conhecida no Japão. O animal deixou uma bela lição de lealdade ao esperar o retorno de seu dono, que morrera no trabalho, todos os dias na estação de metrô. Com a estréia do longa Sempre ao seu lado, no último dia 25 de dezembro, a história agora pode ser conhecida por todo o mundo, o que tem despertado grande curiosidade quanto à raça.

Será que os Akitas atuais são realmente leais, fiéis e tão dedicados aos donos como Hachiko? A carioca Marisa Werneck, que conviveu com Blizzart, um exemplar da raça, até sua morte, em 2005, aos 13 anos, garante que sim. “Ele era um cão extremamente charmoso, companheiro, não gostava de ser importunado por pessoas estranhas e era muito reservado”. A paulista Raissa Galli, que tem cinco exemplares da raça, também concorda. “Eles são muito protetores e afetuosos, além de ciumentos. Não posso agradar um que o outro já fica bravo. Sem contar que são muito curiosos”, define.

Os criadores de Akitas também são unânimes em reafirmar essa característica protetora e territorialista do animal. Leandro de Souza, dono do canil Yucatán BR, cria a raça desde 1998, e explica que o cão é recomendado para servir de guarda da casa, devido à sua fidelidade, mas é também uma excelente companhia. O criador explica ainda que um exemplar pode custar de 1,5 mil a 3 mil reais, e é indicado para pessoas de todas as idades. Mas destaca que é preciso tomar cuidado com a força do animal. “O Akita é um cão para pessoas de qualquer idade, desde que saibam lidar com cães de forte temperamento. A teimosia é um dos principais fatores que fazem do cão um desafio para seus proprietários. Para tanto, é necessário uma boa educação, desde bebê”, explica Souza.

Posse responsável

Para os futuros donos de Akita, vale lembrar que o animal é conhecido por ser um cachorro de um só dono, e tende a sofrer e não se acostumar se for dado a outra pessoa. Isso significa que é preciso pensar duas vezes antes de adquirir um exemplar. Leandro explica também que, os Akitas devem ser alimentados com ração super premium desde filhote, além de ter acompanhamento veterinário constante para a prevenção de dermatites alérgicas à picada de insetos e disfunções hormonais, doenças mais comuns à raça. É importante destacar também que algumas linhagens de Akitas têm propensão a desenvolver a Adenite Sebácea e a Síndrome de Vogt-Harada, problema genético e sem cura.

O papai coruja dos filhotes Miucha e Colin
Crédito: Raissa Galli

Pensando justamente na posse responsável desses animais que Marisa Werneck pede que a pessoa reflita muito antes de comprar o cão, e não haja por impulso. Isso porque com a popularidade do animal, devido ao filme, é possível que muitos se comovam e queiram um Akita e não pensem a respeito. “Ele é um cão de natureza complexa, exige cuidados, afinal é um cão de grande porte. As pessoas devem ter em mente que ele exige gastos financeiros, companhia e não é recomendável viver em apartamentos.”

Para incentivar a criação responsável da raça, a carioca resolveu criar uma comunidade no Orkut sobre o filme Sempre ao seu lado. O objetivo é trocar experiências sobre a raça e tentar impedir que o animal acabe abandonado como tantos cães que já foram populares como os Chihuahuas, por exemplo. “Desejo libertar futuros Akitas de maus tratos, abandonos e confinamentos”.

Um cão único

Questionada sobre os casos mais curiosos envolvendo seus cinco cãezinhos, Raissa conta que os animais são muito brincalhões, contrariando o que muitos pensam sobre a raça. “Eles gostam muito de entrar dentro de casa de mansinho e se esconder para eu ter que procurar e correr atrás deles depois”, diverte-se.

Longa é baseado em uma história real
Crédito: Divulgação

Já Marisa recorda-se que apesar de reservado, seu Akita sempre foi muito fiel. Segundo ela, ele dormia debaixo da chuva esperando sua família voltar de um jantar fora, por exemplo, ao invés de ficar na varanda coberta. “Ele sempre procurava ficar o mais próximo do local onde veria a gente chegando”.

Para finalizar, Leandro faz coro às donas corujas, lembrando que o Akita é um bicho que está sempre disposto a proteger seus queridos, e que quem um dia conhece a lealdade de um exemplar, dificilmente trocará de raça.

E se você também tiver uma boa história sobre seu cão, sem ser necessariamente um Akita, mande para a PetMag sua história.

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