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Cães e gatos precisam preparativos diferentes para a chegada do bebê

Não importa se é um gato ou um cão. Qualquer que seja bichinho escolhido por você, ele vai sentir as mudanças e poderá ficar enciumado com a chegada de um novo membro a família. Assim, é preciso saber prepará-los para essa nova fase. De acordo com a veterinária Rúbia Burnier, especialista em comportamento animal, os felinos exigem certos cuidados e os cachorros, outros. “Conforme a gravidez avança e a futura mamãe diminui o tempo dedicado ao cachorro e a situação se complica. Especialmente se o bicho por muito dependente e acostumado a ser o centro das atenções”, diz a profissional. “Já os gatos são naturalmente independentes e percebem as mudanças com bastante antecedência. Sutis alterações nos hábitos de higiene, miados fora do contexto e isolamento social são sinais de que eles já sabem que as coisas vão ser diferentes”, completa.

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Pode parecer difícil lidar com o lado emocional abalado de seus companheiros peludos e, ao mesmo tempo, finalizar os preparativos para o nascimento do seu bebê. Mas a missão não é impossível. Confira as medidas indicadas pela especialista para deixar cães ou gatos prontos para ganhar um novo amiguinho humano sem traumas:

CACHORROS

  • Colocar o carrinho do bebê na sala.
  • Espalhar cheirinhos de talco e de lavanda pelo ar.
  • Use uma boneca para simular o ritual de ninar a criança. “Quanto mais estímulos sensoriais ligados à criança, mais fácil será habituar o cão à presença física”, diz Rúbia.
  • Deixe o cachorro cheirar a barriga da grávida, mas não permita que ele pule sobre ela, nem toque com as patinhas. “Aprender a respeitar limites é importante”, explica a veterinária.
  • Outra forma de ensinar restrições é deixar o animal observar o quarto do bebê sem entrar. Um portãozinho resolve a questão.
  • Se o vínculo com a grávida é exagerado, é hora de delegar funções ao marido, à empregada ou à vovó.
  • Enriqueça a rotina do cão com passeios e brincadeiras e estimule a socialização com outros animais e pessoas.
  • Treinamento de obediência ajuda a controlar ciúme e a ansiedade, além de facilitar a adaptação.
  • No dia do parto, o cachorro deve ficar com alguém com quem tenha afinidade e esperar ser convidado a conhecer o novo membro da família.
  • Durante as primeiras semanas, deixe uma meia ou uma fraldinha com o cheiro do bebê perto do potinho da ração para que o cão associe o “intruso” a algo positivo.
  • Recém-nascidos são muito vulneráveis e a higiene ambiental deve ser levada a sério.
  • Conforme a rotina se estabiliza, a intimidade vai aumentando. Mesmo assim, não permita que o cão se instale no quarto do bebê, nem que tente lambê-lo ou tocá-lo.
  • Por mais tranquila que a situação pareça, não deixe o cão sozinho com a criança. Toda interatividade deve ser supervisionada.
  • É preciso entender que a adaptação ao bebê é responsabilidade dos donos. Mesmo com rotina apertada, é possível dar 15 minutos de atenção a quem antes era o “filhinho querido da mamãe”.
  • Não ter mais tanta atenção e lidar com a nova rotina pode ser difícil. O bicho não sabe que ganhou um parceiro de brincadeiras e doador de “tranqueiras” como bolachas e frutinhas. Com naturalidade, carinho e paciência a vida logo entra nos eixos.

GATOS

  • Ao contrário dos cães, a curiosidade dos gatos é direcionada ao espaço que ele perde com a presença de objetos invadindo seu território. Por isso, embora a casa fique naturalmente repleta de acessórios como carrinhos, brinquedos e roupinhas é essencial manter rotas de fuga livres.
  • A intensidade do estresse varia de acordo com o temperamento do gato e o do grau de apego em relação à futura mamãe.
  • Se o felino parar de comer e se ele demonstrar agressividade ou isolamento por longos períodos, procure ajude de um veterinário e aumente as doses de paciência e compreensão.
  • Coloque roupas do bebê nos locais onde o gato dorme e come para reforçar a associação positiva ao novo integrante da casa.
  • Deixe que o animal cheire as roupinhas, suba nos móveis e no carrinho antes do nascimento do bebê para que se habitue à situação. Depois, limpe os objetos para evitar contaminações e sujeira quando a criança de fato começar a usar tudo.
  • Conforme a data do parto for se aproximando, ensine o animal a não subir mais nos pertences do bebê. Um borrifador com água pode ajudar. Evite deixar essas lições para depois do nascimento para que o gato não associe as proibições ao seu novo “irmãozinho”.
  • Ao chegar em casa com o bebê, deixe que o animal se aproxime e cheire a criança sob sua atenta supervisão. Assim, ele elimina a curiosidade e o interesse do bichinho pode até diminuir.
  • Depois do nascimento do bebê, é importante supervisionar o contato entre o bicho e o bebê para evitar que o animal pule em cima da criança ou cause arranhões.
  • Um detalhe importante para as futuras mamães: delegue a função de limpar a caixa de areia a outro membro da família para evitar o contágio por toxoplasmose. Caso o animal seja portador da doença, ela só será transmitida para o humano no caso da ingestão de fezes e urina do gato. Por isso, lave sempre muito bem as mãos.
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