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Pets e a chegada do bebê

27_pets_e_a_chegadaSegundo especialista, a convivência entre animais e crianças deve ser supervisionada por adultos
Crédito: Mollypop

A gravidez por si só já seria um motivo e tanto para os cuidados serem redobrados com a futura mamãe. Mas será que quando os pais têm animais de estimação algum tipo de precaução deve ser tomado? Ou ainda será que assim como os humanos, cães e gatos também sentem ciúmes ou sofrem de rejeição? E quanto ao bebê, é seguro para ele conviver com um animalzinho?

Hannelore Fuchs, psicóloga e veterinária especialista em comportamento animal explica que a exemplo do que acontece com o primeiro filho quando descobre que um novo irmão está a caminho, é preciso ter paciência com o pet. “Educar o cão sobre limites e orientá-lo a respeitar o espaço do bebê são os primeiros passos a serem dados”, orienta. Ela ressalta ainda que esse treinamento deve ser feito muito antes da chegada do recém-nascido, para que o animal não sinta ciúmes. “Trata-se de uma completa reestruturação na vida do pet, então faz-se necessário, se possível, um treinamento básico de obediência”.

A especialista chama a atenção também para a necessidade de nunca deixar animal e bebê sozinhos, mesmo que o pet seja dócil e treinado. “Não é possível prever as atitudes do animal sob essa nova situação, na dúvida, sempre supervisione a convivência entre os dois”. A veterinária explica que a aproximação indevida é perigosa tanto para o bebê quanto para o animal, que pode acabar sendo abandonado caso venha a causar problemas para a família.

O alerta da médica não é em vão. De acordo com informações da Organização Mundial de Saúde, a OMS, anualmente mais de 12 milhões de pessoas no mundo sofrem com mordidas de cachorros, a maioria delas, com seus próprios animais. Vale lembrar, no entanto, que a agressividade não é o único desvio de comportamento que pode acometer os pets, como esclarece Fuchs. “Dependendo do grau de estresse e frustração do animal, ele pode aliviar suas tensões apresentando alguns comportamentos novos, como urinar em lugares indevidos, por exemplo”. Ela explica que nesses casos, a terapia comportamental e até mesmo o uso de remédios (em casos extremos) devem ser administrados.

Higiene e cuidados

Além do fator comportamental, um ponto que deve ser observado é a higiene e saúde. A veterinária explica que é de extrema importância sempre que manusear o animal, lavar bem as mãos. “Parece uma coisa muito óbvia a se dizer, mas muito pegam o cão ou o gato, depois pegam a criança e não lavam as mãos”. Ela destaca ainda que mais especificamente no caso de gatos, como existe o risco (ainda que pequeno) do contágio de doenças como a toxoplasmose, o cuidado com as mãos deve ser redobrado.

“Antes da chegada do bebê os pais devem se certificar que os animais da casa estão vermifugados e com a vacinação em dia”, alerta a médica. Fuchs ressalta também que é necessário cuidar com a procedência onde o animal foi adquirido, já que existem problemas que não são aparentes.

Quando o assunto são outros tipos de animais como aves e roedores, as instruções são as mesmas. “Jamais deixar os animais soltos perto do bebê e cuidar com a higienização das mãos”. Para finalizar, a especialista chama a atenção para a importância de um animal de estimação na vida de uma criança, mas sugere que esse contato aconteça, se possível, depois dos 3 anos do pequeno. “Aquele paraíso pintado nas fotos onde aparece uma criança abraçada com um cachorro não existe por completo, precisa-se de precaução, até mesmo por segurança do próprio animal”.

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