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Reflexo de desastre ecológico ameaça população especial de orcas

CC digicla - Segundo cientistas, grupo não conseguirá reconstituir a sua população title=Segundo cientistas, grupo não conseguirá reconstituir a sua população
Crédito: CC digicla

Em uma demonstração das consequências que a ação do homem pode ter sobre a vida no planeta, cientistas constataram que o vazamento Exxon Valdez ameaça uma variação única de orcas, as famosas baleias assassinas.

O vazamento do petroleiro Exxon Valdez, ocorrido em 24 de março de 1989, atingiu cerca de 18 mil quilômetros quadrados na costa do Alasca. Foram mais de 41 milhões de litros de petróleo que devastaram a vida selvagem no norte do Oceano Pacífico. O desastre é considerado uma das maiores catástrofes de origem humana ocorridas no mar.

O reflexo do vazamento está ameaçando uma população única de orcas, diferentes das encontradas em qualquer lugar do planeta. Trata-se de uma subespécie única, com diferenças genéticas e acústica de comunicação sem igual nas outras orcas encontradas no norte do Oceano Pacífico. As diferenças desse tipo de orca indica uma separação entre as demais da região há centenas de milhares de anos.

A população recebeu o nome de AT1 pelos pesquisadores e nove das 22 baleias do grupo já faleceram, provavelmente por ingerir petróleo ou animais contaminados. Além da poluição, os animais lutam para sobreviver devido à queda na população de focas, o principal alimento das orcas.

O que torna os animais únicos são seus cantos. É a única população de orcas do mundo que varia os seus sons de acordo com o contexto, com mudanças de tom e entonação se elas estão caçando ou viajando. Todos os grupos possuem um dialeto diferente ensinado aos mais jovens, mas as baleias do AT1 possuem uma estrutura vocal completamente diferente. Quase como outro idioma.

Nenhum animal nasceu no grupo após o Exxon Valdez e hoje existem apenas sete animais, o que faz com que a comunidade AT1 esteja com os seus dias contados.

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